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30 de Agosto de 2013

Para que tantas traduções?

Oito versões de O Grande Gatsby em português mostram a inflaçâo de traduções, algumas feitas pela mesma pessoa.

 O Grande Gatsby, do escritor norte-americano Francis Scott Fitzgerald (1896-1940), chama nossa atenção para a existência de oito traduções brasileiras da obra lançada em 1925. Número exagerado, que convida a um suculento estudo comparativo.

Do ponto de vista comercial, compreende-se que a mídia espontânea em torno da refilmagem justifique edições ou reedições do livro inspirador. Editoras precisam sobreviver e as vendas são mais fáceis quando os livros se tornam produtos desejados em razão de algum estímulo, no caso o da badalação mundial em torno do filme protagonizado por Leonardo DiCaprio.

Pensando em termos estritamente literários, porém, poderíamos alegar que para um clássico moderno desta categoria bastariam uma, duas, no máximo três traduções.

As três primeiras seriam suficientes: a de 1953, assinada por Brenno Silveira (Editora Record), a de 2003, por Roberto Muggiati (de novo pela Record, pois a tradução de Brenno passou a sair pela Civilização Brasileira), e a de 2004, por William Lagos (L&PM Editores).

Talvez ainda pudéssemos aceitar a quarta tradução, como a que em 2011 a Cia. das Letras publicou, de Vanessa Barbara, em atenção a um projeto voltado para a difusão de clássicos modernos.

Mas, voltando a pensar na clave exclusivamente literária, as outras quatro traduções de 2013 ultrapassam o limite. São elas, a de Alice Klesck (Editora Leya), a de Cristina Cupertino (Tordesilhas, selo da Alaúde Editorial), a de Vera Sílvia Camargo Guarnieri (Editora Landmark) e a de Humberto Guedes (Geração Editorial).

O mesmo tradutor
Uma curiosidade que não passou despercebida: Humberto Guedes não é outro senão o tradutor gaúcho William Lagos (seu nome completo é Luis Humberto William Lagos Teixeira Guedes), que já traduzira Gatsby na década passada, e foi agora requisitado pela Geração Editorial. Haverá diferenças significativas entre os dois trabalhos assinados pelo mesmo tradutor?

Outras perguntas podem ser feitas.

Em que medida as traduções mais recentes têm a excelência ou a originalidade que desejamos encontrar em novos trabalhos?
As traduções de 2013 repetem soluções já alcançadas pelas traduções anteriores?

A tradução-mãe, digamos assim, de Brenno Silveira, terá sido de algum modo criticada ou aperfeiçoada pelas versões posteriores?

Diante de nós, portanto, um interessantíssimo case tradutório! No momento, façamos apenas o cotejo entre o que cada um dos oito profissionais (considerando William Lagos/Humberto Guedes dois tradutores diferentes) nos oferece com relação a um dos trechos mais famosos do livro (no capítulo 6), em que o narrador revela que o verdadeiro nome do misterioso protagonista não era Jay Gatsby, mas James Gatz.

Fonte: revistalingua.uol.com.br